quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fatos Curiosos sobre o Antigo Egito

Fatos Curiosos sobre o Antigo Egito



Em 1980, por ordem do então presi-dente egípcio Anuar Sadat, todas as mú-mias que se encontravam expostas para visitação pública deixaram de ser exibidas. Ele achava que a exibição dos restos mortais atentava contra a dignidade dos monarcas do Nilo. Sadat foi assassinado em 1981, mas a proibição continuou até 1º de março de 1994 quando 11 múmias famosas foram novamente expostas ao público. Nesse entretempo foram devidamente restauradas e, as que estavam nuas como esta do faraó Ramsés II, envoltas em lençóis.
Os túmulos do Vale dos Reis, talhados nas rochas, são decorados com pinturas murais e de teto. O trabalho em local escuro exigia o uso de lamparinas de azeite. Mas como evitar que a fuligem ou fumaça das mesmas danificasse as pinturas? Os arqueólogos descobriram que as mechas das lamparinas eram mergulhadas em salmoura antes da utilização. A mecha assim tratada se inflama sem criar nódoas escuras.
Quando a múmia de Ramsés II foi restaurada, o microscópio eletrônico revelou que as faixas de linho que envolviam o cadáver haviam estado em contato com flores e vegetais diversos durante os funerais. Estudando-se o pólen das flores concluiu-se que o enterro aconteceu na primavera. Foram encontrados vestígios de tabaco, vegetal que até então desconhecia-se existir no Egito faraônico.

Na câmara mortuária do túmulo de Tutankhamon foram encontrados dois trompetes: um de prata e outro de cobre. O primeiro mede 58 centímetros de comprimento, seu pavilhão tem 8,8 centímetros de largura e a largura do tubo evolui de 1,7 centímetros perto do bocal para 2,6 centímetros junto ao pavilhão. É fabricado de prata martelada, com uma faixa decorativa de ouro ao redor da extremidade do pavilhão e com bocal de ouro puro. O tubo cônico e o pavilhão são feitos de duas peças separadas, soldadas com prata. O instrumento é decorado com um painel que mostra o rei usando a Coroa Azul e segurando o cetro da realeza. Ele se encontra em pé diante da figura do deus Ptah, ao passo que Rá-Harakhti está postado nas suas costas. A inscrição diz: O Grande, Ptah, Senhor da Verdade, Criador de tudo aquilo que o rei recebe, Vida de Amon-Rá, Rei de todos os Deuses. Todas as figuras são mostradas debaixo do sinal hieroglífico que significa céu e a linha de base simboliza a terra.
Os dois instrumentos de Tutankhamon não são os únicos trompetes encontrados por arqueólogos no Egito. Existe pelo menos mais um, de proveniência desconhecida, feito de bronze, com 53 centímetros de comprimento e um pavilhão muito mais largo, com 16 centímetros de diâmetro, e datando, provavelmente, do período ptolomaico. No antigo Egito o trompete recebia o nome de sheneb e parece ter sido primordialmente um instrumento musical militar. Como tal é representado em cenas de batalhas e de paradas militares. São poucos os casos em que é mostrado o uso do trompete em cerimônias civis.
Em 1939 realizou-se no Cairo uma gravação do som do trompete de prata de Tutankhamon, com transmissão ao vivo pelo rádio. Como os rumores de guerra rondavam a Europa, houve quem se lembrasse da "maldição de Tutankhamon" e, por ser o trompete um instrumento bélico, diziam que seu som iria "despertar os cães da guerra". Durante o primeiro ensaio o instrumento fez-se em pedaços. Depois que foi consertado, a gravação realizou-se com sucesso. Uma queda de energia no Cairo quase impediu a transmissão, mas com o emprego de baterias e luz de velas a situação foi contornada. O locutor anunciou: O trompete do faraó Tutankhamon, senhor das duas coroas, rei do sul e do norte, filho de Rá! Foi então que se ouviu o que foi descrito como uma límpida voz prateada do glorioso passado do Egito... ecoando pelos quatro cantos da Terra. A guerra estourou na Europa seis meses depois, mas Rex Keating, o homem que convenceu as autoridades egípcias a autorizarem o uso do trompete, afirma: Permaneço convencido de que foi um pequeno austríaco de bigode, não a ação fatídica da maldição de Tutankhamon. A gravação hoje faz parte dos arquivos sonoros da BBC. Se você quiser ouvi-la, faça o download de um pequeno programa freeware que a contém.

De acordo com um papiro exposto no Museu Britânico, em Londres, a enxaqueca já atormentava os antigos egípcios. Nesses casos, segundo o documento, o sacerdote deveria pegar um crocodilo feito de argila e colocar sementes sagradas em sua boca. Depois, prender o animal sobre a cabeça do doente usando uma tira de linho puro, na qual teria escrito previamente os nomes dos deuses. Tudo, é claro, acompanhado de orações apropriadas.
Cientistas alemães estudaram a múmia de uma mulher que morreu há cerca de 3 mil anos e descobriram que o dedão do pé direito havia sido amputado e substituído por um dedo de madeira cuidadosamente esculpido e pintado de marrom-escuro. A remoção do artelho foi feita, com certeza, durante a vida da pessoa. Isso é comprovado pelo fato de ter havido a perfeita cicatrização da região amputada. O dedo substituto ficava preso no lugar por meio de uma série de lâminas de madeira e tiras de couro. A prótese visava permitir que a paciente caminhasse comodamente e sem problemas. A perda do dedão resulta na transferência do peso da pessoa para o fim do primeiro metatarsiano, resultando em instabilidade para ficar em pé e fazendo com que a pessoa manque ao tentar correr. O uso da prótese teria resolvido estes problemas. Ao que parece a mulher, que deveria ter de 50 a 55 anos quando faleceu, sofria de uma degeneração das artérias que restringe o fluxo sanguíneo para as extremidades do corpo, tornando necessário, às vezes, a amputação de dedos ou pernas para evitar a gangrena.
Um parafuso de ferro com quase 23 centímetros de comprimento foi encontrado por pesquisadores na articulação do joelho da perna esquerda da múmia de um sacerdote egípcio. Essa peça metálica ligando a coxa com a perna do morto é o primeiro exemplo conhecido de correção ortopédica na antiguidade. O parafuso está revestido por uma espécie de resina adesiva, usada provavelmente para cimentar o metal no lugar. O pino tem formato semelhante ao dos pinos que os cirurgiões atuais usam para obter boa estabilidade do osso. Aparentemente os egípcios sabiam como usar os flanges de um parafuso para estabilizar a rotação da perna. Os cientistas descartaram a possibilidade de tratar-se de uma tentativa recente de restauração da múmia e concluíram que o artefato deve ter sido implantado no corpo durante o processo de mumificação, que ocorreu cerca de 630 anos a.C. E por que os egípcios teriam esse trabalho para consertar a perna de um homem morto? Simplesmente porque sendo a reencarnação uma crença profundamente enraizada, eles tudo faziam para preservar o corpo tão bem quanto possível para uma nova existência.
A preservação dos pigmentos nos papiros, como se pode imaginar, é um sério problema para os museus. A ação da luz e do ar vem enfraquecendo as tintas desses documentos tão preciosos. Também pudera, foram escritos há cerca de 4500 anos! Tal problema tem sido satisfatoriamente resolvido desde 1995 através do emprego de uma substância gelatinosa semitransparente obtida a partir da limpeza e desidratação das bexigas natatórias do esturjão, do bacalhau e de outros peixes. Desenvolvida por pesquisadores do Museu Britânico, essa substância recebeu o nome de isinglass e atualmente é produzida na Rússia, Estados Unidos, Canadá, Indonésia, Índias Ocidentais, Filipinas e no Brasil. Tem a textura de uma cola e é aplicada por toda a extensão do papiro. Ao secar, preserva com muito mais eficiência do que os forros de papel que eram usados anteriormente. Isso tem possibilitado retirar dos porões dos museus papiros que estavam enfurnados para evitar sua maior danificação. O produto também é usado para a clarificação de vinhos e cervejas, solidificação de jóias e em colas e cimentos.


Em 1990, arqueólogos encontraram um recinto perdido em baixo do Templo do Sol da rainha Nefertiti em Tell el-Amarna e tal descoberta mudou para sempre a história da cerveja. Depois de analisarem a borra encontrada em grandes tonéis naquele local, chegaram à conclusão de que tinham achado uma cervejaria que produzia bebida para os faraós. Essa talvez seja a mais antiga cervejaria conhecida. Os estudiosos foram até mesmo capazes de decifrar a receita e o método de fermentação usado pelos antigos egípcios para fazer cerveja.
Em 1995, a Egypt Exploration Society reuniu-se a duas cervejarias inglesas e, usando exatamente os mesmos ingredientes e o mesmo processo de preparação, foram capazes de reproduzir a antiquíssima cerveja. Em um leilão, uma garrafa de 373 mililitros dessa cerveja foi vendida por 7200 dólares!!
Depois disso, o Sibel Institute of Technology, uma instituição de Chicago destinada à formação de profissionais cervejeiros, foi mobilizado para supervisionar a produção de uma quantidade rigidamente controlada de uma cerveja baseada naquela fórmula, digna do paladar de um faraó, e que recebeu, adequadamente, o nome de Pharaoh's Gold (Ouro do Faraó).
Em 1997 o produto começou a ser comercializado. A bebida é fabricada sem produtos químicos e com ingredientes completamente naturais, fermentada em tonéis por dois meses e meio e, a seguir, fermentada e envelhecida na garrafa por mais de um ano. A empresa que a produz chama-se Pharaoh's Brew Ltd. e está situada na cidade de Glendale, na Califórnia. Enquanto que as cervejas atuais podem ser armazenadas, em média, por seis meses, esse novo produto — afirmam os fabricantes — continua perfeito ano após ano e seu tempo de armazenagem pode ultrapassar o de muitos vinhos finos. Além disso, seu teor de álcool é três vezes superior ao da maioria das cervejas disponíveis no mercado.
Com características tão únicas, ela vem embalada em garrafas personalizadas, com selos de proteção especiais, acabadas à mão, numeradas, assinadas e datadas pelo cervejeiro, sendo vendida apenas uma unidade para cada comprador previamente registrado. Não há duas garrafas iguais, também afirmam os fabricantes. Cada garrafa é tão individual quanto uma impressão digital para cada comprador registrado. Para assegurar a autenticidade, ao ser vendida a garrafa é registrada no nome do comprador na Onan Library of Beer. O preço disso tudo? Cem dólares mais frete para cada garrafa. Parte desse dinheiro é doado ao Museu do Cairo. Se você se habilitar, bom proveito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Anterior Próxima Página Home